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2022-08-01 15 min leitura

As sequências Montessorianas

A gama de recursos e informações ligadas ao Método Montessoriano é tão vasta, que poderíamos estender por anos… Mas vamos apresentar um resumo das suas sequências: Sequência Sensorial, Sequência de Linguagem, Sequência Matemática e Sequência da Vida Prática.

A Sequência Sensorial

Como mencionado anteriormente, podemos entender o período sensorial, como aquele em que o “Jovem Explorador”, através dos sentidos, expande o conhecimento de si e do seu entorno. A partir dos 2,5 anos, Montessori identificou o que ela chama de Classificação das Impressões. Essa etapa se dá dos 2,5 anos aos 5,5 anos, e semelhante ao mundo da linguagem, a criança precisa de um sistema para classificar seus sistemas sensoriais. No início o aprendizado se dá intuitivamente, mas, conforme vai crescendo este se torna consciente.

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O início do trabalho se dá pelo isolamento de uma qualidade ou atributo do objeto. Este pode ser a cor, peso, forma, textura, tamanho, som, cheiro. Escolhe-se um atributo e eliminam-se as outras diferenças. Por exemplo, se for trabalhar com temperaturas, os vidrinhos, onde a água com temperaturas varia de gelado a quente, são idênticos. De modo que a criança possa perceber que a variável está no conteúdo do recipiente e não em sua forma.

Impressões Sensoriais

As impressões sensoriais por si não são suficientes, para aprender, a mente necessita de educação e treinamento para apreciar e discriminar. O material Montessoriano ajuda a criança a distinguir, categorizar e relacionar novas informações às informações já conhecidas. Montessori acreditava que esse processo é o começo do conhecimento consciente.

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O material sensorial é autocorretivo para permitir o uso independente, eles ajudam no desenvolvimento muscular que serve como fundação para o desenvolvimento da habilidade escrita e são produzidas para precisar as tolerâncias métricas. A terminologia correta (cubo binomial, triângulo isósceles) e as relações matematicamente exatas enriquecem as experiências das crianças para que os conceitos abstratos possam se tornar familiares.

A Sequência das Atividades Sensoriais

Antes de começar, você deve observar a criança, conhecer os tipos de atividades que atraem a criança e as que ela evita e a partir disso entender suas habilidades. Nem toda criança será capaz de realizar as tarefas na ordem sugerida a seguir. Essa é uma sugestão, não uma regra imutável. Você pode alterar a ordem de apresentação dos objetos. Você pode começar pela caixa de cilindros, placas coloridas, placas de textura em um ou dois dias (dependendo da situação de sala de aula) e então mudar para a torre cor de rosa se a criança demonstrar interesse. Uma criança pode progredir mais rápido por outra área dos materiais sensoriais.
É possível pular certas atividades desde que a próxima atividade escolhida pela criança trabalhe com alguma habilidade ou competência que ela ainda não possui. A chave é acompanhar a criança e oferecer atividades condizentes com as suas habilidades. O objetivo é sempre fazer com que a criança tenha sucesso. A criança precisa estar adequadamente preparada para a atividade, fisicamente e mentalmente.

Dica: Conheça o site Lunetas, lá você encontra várias ideias para criar brinquedos sensoriais!

O Desenvolvimento da Linguagem

A linguagem na sala de aula Montessoriana acontece através do enriquecimento de vocabulário desde os primeiros anos, pois na medida em que a criança começa a se expressar melhor, sua personalidade começa a aflorar. A área da linguagem é desenvolvida na “lição de três momentos” (A aula Montessoriana), de forma natural, sem julgamento e pressão. Através de associação, reconhecimento e lembrança.

A criança tem urgência para aprender a falar no período da primeira infância, nesta etapa ela aprende sem muitos esforços e sem fadiga. Após os 6 anos de idade, o aprendizado da leitura e escrita vai se tornando mais difícil. No ambiente Montessoriano, a criança começa a lidar com a linguagem desde a idade mais tenra. A área da linguagem no ambiente Montessoriano consiste em: linguagem falada, enriquecimento de vocabulário, linguagem escrita, leitura, classificação da leitura, estudo das funções das palavras, análise da leitura, leitura interpretativa e extensão da linguagem, o que fornece as crianças várias formas de linguagem para satisfazer o seu desejo de comunicação clara e adaptação total a sua cultura.

Vocabulário
A sessão de enriquecimento de vocabulário dentro da área de Linguagem de Montessori se dá através do fornecimento de novas palavras para objetos de seu mundo. A partir de 2 anos até os 6 anos, a criança está absorvendo continuamente novos vocabulários em uma velocidade impressionante. Ao chegar aos 6 anos estima-se que a criança compreenda cerca de 13.000 palavras apesar de não utilizar todas elas.

Escrita
A linguagem escrita para Montessori inicia-se em torno de 2,5 a 3 anos com jogos de sons. Onde o monitor começa a dizer, estou pensando em um objeto que começa com a letra A. E a criança vai observando objetos na sala para adivinhar quais objetos iniciam com A. Com esse conhecimento a criança começa a analisar os sons das palavras, e reconhecem que cada palavra possui esse som. As atividades ligadas a leitura e escrita, são quebradas, de modo que a criança, vá passando por cada uma delas através da manipulação de recursos variados. Deste modo, quando a criança é finalmente apresentada com a tarefa de escrever, ele está preparado e pode atingir seus desafios com sucesso.

Na educação Montessoriana a criança aprende os sons das letras e a escrever em letra cursiva. Com a fluidez da escrita cursiva a criança pode criar as letras e conectá-las de modo a formar palavras. Depois que a criança aprende de 10 a 12 letras, incluindo as vogais, ela pode começar a criar palavras com o alfabeto móvel. Nesse momento a escrita com lápis pode representar um desafio para a criança de 3,5 anos. No entanto essa criança, pode pegar as letras cursivas do alfabeto móvel e conectá-las criando palavras que ela já analisou, com alguma prática a criança poderá transitar para o quadro para escrever e depois de alguma prática, para o papel. A esse método, Montessori denominou Método da escrita espontânea (Montessori, 1967, p. 194).

Leitura
A leitura de acordo com Montessori, surge após o aprendizado da escrita. A criança tem menos dificuldade construindo uma palavra que ela está analisando e pensando do que lendo. Pois a leitura tem uma dimensão a mais que é a síntese dos sons em uma palavra que está na mente de outra pessoa. Na área de leitura a criança aprendeu em vários jogos de sons, que as palavras são feitas de sons e símbolos de letras e estão começando a quebrar as palavras em sons. Depois de algum tempo trabalhando com o alfabeto móvel a criança está pronta para conhecer a Caixa Fonética. O Monitor utiliza réplicas de objetos que são identificados e os nomes são escritos e dados para a criança. Essa será a sua primeira leitura: fazendo o som de cada letra e mesclando os sons para que identifique as palavras. A criança é então incentivada a colocar o nome próximo ao objeto adequado. Com esse exercício a criança começa a perceber que a leitura é um tipo de comunicação silenciosa.

Classificação de Leitura
Agora que a criança está lendo ela é apresentada a Classificação de Leitura, Estudo de Palavras, Função das Palavras, Análise de Leitura, Leitura e Interpretação e Extensão da Linguagem. Na Classificação da Leitura a criança recebe um grupo de cartas com uma figura em cada, que é relacionada a uma categoria específica (tal como animais domésticos), uma série de legendas e cartas de controle com a foto e a legenda. A criança nomeia as cartas e então lê as legendas e pareiam a mesma com os cartões corretos. Ao terminar a criança está apta a usar as cartas de controle para conferir seu trabalho. É neste ponto que a criança está intensamente interessada em ler e legendar seu ambiente.

Estudo das Palavras e Função das Palavras
A criança então entra nas áreas de estudo das palavras e suas funções. Aqui a criança reconhece o significado mais profundo das palavras o que o aproxima mais da leitura real, que é a capacidade de compreender e ativamente interpretar o significado do que a outra pessoa escreveu. Esses exercícios são como jogos e fornecem a criança uma experiência boa com a gramática.

A Sequência Matemática
Agora, vamos falar brevemente sobre a Sequência Matemática, para que você tenha uma visão geral da progressão de materiais e lições adotados. Montessori afirma que a criança possui uma mente matemática e um entusiasmo para entender o ambiente a sua volta. Pode-se então dizer que as crianças tem uma atração inata.

A matemática é lógica, sequência, ordem e extrapolação da verdade na filosofia Montessoriana, diz-se que a criança tem uma atração por matemática. Suas mentes estão cheias de energia que os levam a absorver, manipular, classificar, ordenar, sequenciar, abstrair e repetir. Essas tendências são aquelas que ajudam a criança a adquirir uma profundidade maior de conhecimento matemático.

É a precisão das apresentações e a exatidão dos materiais matemáticos que atraem as crianças para essa área da sala de aula. Assim, crianças na sala de aula Montessoriana estão em processo (período sensorial) de refinamento de suas percepções. As crianças são sensíveis às mudanças em minutos, mudanças na ordem, sequência e tamanho. Elas perceberão uma pequena rachadura em uma calçada, enquanto os adultos passarão sobre elas sem notar.

Os exercícios na área de matemática oferecem às crianças as chaves que elas precisam para mandá-los para a exploração e maturação da mente matemática. Os caminhos pelos quais os materiais são ordenados permitem a criança completar os ciclos intelectuais

A matemática na sala de aula primária é composta por vários pequenos detalhes que formam um todo, mas cada detalhe é completo em si. Todos os exercícios da matemática são trabalhados no nível sensorial, para garantir que a criança relacione a quantidade aos símbolos (caixa de varetas).

Matemática Montessori – Números até 10
A fundação da matemática são números. Os exercícios nesta seção devem ser firmemente enraizados na criança antes de continuar com os materiais matemáticos. A criança aprende os nomes dos números e o fato de que cada número representa uma certa quantidade. Ela aprende a associar a linguagem, o símbolo escrito e a quantidade de cada número de 0 a 9. Sensorialmente a criança é apresentada aos números pares e ímpares, assim, a criança aprende a fixar um número na sua mente e lembrar dele após um tempo.

O Sistema Decimal
O sistema decimal introduz a criança ao material de contas e cartões associados para cada categoria. Ela aprende que zero pode dar um valor maior a um número e também aprende a linguagem dos números maiores. Os exercícios coletivos mostram a criança como trocar (10 unidades/unidades por uma dezena) e dá à criança a impressão sensorial de adição, multiplicação, subtração, divisão e as relações entre as operações.

As Dezenas
A seção sobre as dezenas trabalha com a associação de contas e cartões. A criança aprende a associar quantidades, nomes, e símbolos das dezenas. Assim como a criança é apresentada, as cores individuais uma barra de contas é importante para futuros exercícios. Essa seção termina com a consolidação do aprendizado das crianças quando elas trabalham nos gabinetes de contas, cubos de correntes.

Há a exploração das placas de memorização de adição, subtração, multiplicação e tabelas de divisão. Essas placas são limitadas no sentido de contemplarem números de 0 a 9. Os materiais nessa área dão a criança a oportunidade de explorar um número essencial de combinações, para cada operação matemática e continua a mover a criança para materiais menos concretos, passando então a operações mais complexas.

Os Materiais de Transição
Esse material permite que a criança reexamine todos os conceitos que já foram aprendidos. A criança começa a perceber que os materiais aumentam a sua eficiência e que ela não precisa deles para realizar as operações. Quando a criança atinge esse ponto, está pronta para pensar de forma abstrata.

Frações
A última seção da matemática, introduz a criança para as frações e a criança tem que explorar os materiais para descobrir as regras de cada operação de fração.

A Sequência da Vida Prática

Para Maria Montessori, desde a mais tenra idade a criança deve ser inserida em todas as atividades familiares e deve aprender não somente o conteúdo tradicional das escolas, mas também, adquirir conhecimentos para a vida. Pensando nisso, ela criou o que denominou Atividades para a Vida Prática.

Desde pequena, a criança observa a realização de certas tarefas no seu meio e através da experiência real, ela experimenta as habilidades para a vida. Essas atividades são culturais e específicas em relação a tempo e espaço, e ajudam a criança a desenvolver um sentimento de pertença, estabelecido pela sua participação na vida real com os adultos. Sendo assim, elas aprendem sobre sua cultura e a vida em sociedade.

Normalmente as Atividades da Vida Prática, são divididas em 4 áreas: cuidado de si, cuidado com o ambiente, graça e cortesia, e movimento de objetos. Há no entanto, uma outra área que engloba todas as áreas e que é bem importante na vida prática, que é a alimentação. As atividades para a Vida Prática, fazem parte de qualquer ambiente Montessoriano.

Quando falamos sobre o ambiente homens e animais, referimo-nos aos movimentos desempenhados propositalmente. Este comportamento é o centro de sua vida prática. Não se trata apenas da vida prática em uma casa, como limpeza dos cômodos, aguar plantas, que sejam importantes, mas, o fato de que todos no mundo devem se mover por um motivo e trabalhar não só para si mas, também para outros. É estranho que o trabalho de uma pessoa, seja não só para essa pessoa, mas, para o serviço de outros. Se isso não fosse verdade, o mundo não teria sentido e o seu sentido não seria nada além de exercícios físicos.

Todo trabalho não é feito para a pessoa, mas sim para os outros. Mesmo algo como a dança não teria sentido se não houvesse o público. Os dançarinos, que aperfeiçoam seus movimentos com tanto afinco e fadiga, dançar para os outros. Costureiros que passam a vida costurando não poderiam vestir todas as roupas que fabricam. Sim, a costura, como a dança requer muitos movimentos.

Se você tiver uma visão dos motivos cósmicos que cada vida na terra se baseia, você será capaz de entender e melhor guiar o trabalho das crianças. No começo, as crianças são inspiradas a agir pela natureza. Elas ficam felizes quando estão ativas. Elas começam a desenvolver comportamentos de humanidade com seus limites e suas possibilidades. Movimentos são relacionados com a vida psíquica, devemos nos mover com inteligência, determinação, caráter, etc.

Lembrando das capacidades da mente absorvente, deve se notar que a maneira que os adultos realizam as suas atividades impactam as crianças nas suas eventuais performances das atividades. Inicialmente, essas atividades são realizadas para a criança, sobre a criança. Ao realizar essas atividades para a criança e ao seu redor, ela se sente importante e ganha autoconfiança porque alguém se importa o suficiente para realizar atividades ao seu redor e para ela. A criança aprende a confiar em si e no ambiente.

No início as atividades serão realizadas para a criança, mas, ela desejará colaborar com o adulto. Um exemplo é que a criança tende a afastar a perna para facilitar a troca de roupa, mas ela ainda espera que o adulto faça as coisas por ela. Sendo assim, o adulto deve observar o nível de evolução da criança, para então fornecer outros exemplos que ajudem na continuação do desenvolvimento dela, até que a mesma passe a se vestir sozinha. A quantidade de assistência necessária varia de criança para criança, umas só precisam da proximidade de um adulto. Mesmo assim, a criança irá eventualmente realizar as atividades independentemente.

Quando a criança começa a andar e suas mãos estão livres, nós vemos se a criança quer participar ativamente no seu ambiente. Antes disso ela observou e absorveu os conceitos da vida prática, aprendendo as atividades específicas tais como lavar louças e também observar quem realiza essas atividades. Assim, a criança vem para a escola com experiências passadas em relação as atividades. Alguns terão muitas experiências e outras estarão participando pela primeira vez. Na escola oferecemos experiências reais para permitir que o trabalho tenha propósito. Dessa forma, a criança passa a fazer parte da comunidade aprendendo a cuidar de si, e oferecendo serviços para a comunidade e outros.

Características dos exercícios da vida prática:

Baseados na verdade: as atividades precisam ser baseadas na realidade. Nós lavamos louças sujas com água e sabão de verdade, limpamos sapatos de verdade, cortamos frutas com facas de verdade. Há segurança na realidade.

Não limitada: as atividades da vida são ilimitadas e dependem das necessidades culturais e ambientais que irão variar de ambiente para ambiente e de país para país. Você pode criar as suas próprias atividades seguindo linhas teóricas sobre o que significam atividades da vida prática.

Um de cada: enquanto não há limites para a quantidade de atividades de vida prática, você pode ter uma para cada atividade. Isso ajuda a criança a aprender a esperar e a ver que a vida nem sempre tem gratificação imediata. Como resultado, os materiais podem se tornar mais valorizados. Você pode ter sempre em mãos kits extras para reposição de materiais caso algum material se quebre. Mas na estante apenas um de cada tipo deve estar presente.

Organizados: cada material é organizado em um cesto, bandeja, prateleira ou em um lugar específico. Todos os materiais devem estar completos, preparados e prontos para serem usados. O adulto no ambiente é responsável por garantir que a atividade esteja preparada com tudo que a criança precisar para complementar a mesma com sucesso. Isso ajuda a tendência e sensitividade da criança a se ordenar e é essa ordem externa que ajuda o adulto a internalizar a ordem.

Completo: a atividade precisa ser completa. Se uma coisa necessita ser trocada ao final da atividade, nós mostramos para a criança como reiniciar a atividade. Se a atividade estiver incompleta por qualquer motivo, falta de peças, peças quebradas, o adulto precisa completar ou remover esse kit da prateleira.

Localização do material: os materiais deveriam ser postos em seus grupos tais como: itens de atividades de comida na área de preparação de alimentos, botões na área de autocuidado e assim por diante. As atividades de água devem estar perto da fonte de água de modo que ajude a criança a ter um desempenho adequado da atividade.

Sequencial: cada atividade tem um começo, meio e fim. Uma dessas pistas para começar uma atividade, pode ser vestir um avental. Se a criança tem um avental, o adulto também deve usar o avental.

Baseado em código de cores: cada item da atividade deve ter um código de cores, para que facilite a identificação e a pertença de cada objeto em um grupo. Pode-se usar materiais com cores neutras e adereços coloridos: como adesivo, tinta, fitas coloridas, etc.

Vasilhames manuseáveis: Os recipientes não podem ser muito pequenos e nem muito grandes para que a criança possa manuseá-los. Bandejas, cestas, caixas, devem ter o tamanho adequado para segurar os itens que lhes cabem e prevenir que as coisas fiquem caindo ao serem carregadas.

Funcionais: todos os materiais devem ter uma função clara e uso específico de maneira própria. Não há nada pior que um utensílio que não serve para a tarefa. A faca precisa cortar. Se o utensílio não faz o que precisa então a criança deve procurar outra coisa para fazer (uso impróprio) ou vai pensar que ele está fazendo a coisa errada, uma vez que ele viu outra pessoas fazendo a atividade com sucesso. O adulto precisa estar ciente das habilidades da criança quando testar os materiais.

Adequado ao tamanho da criança: os materiais devem ser proporcionais ao tamanho da criança. Até mesmo o tamanho de uma esponja ou escova, deve ser adequado ao tamanho da mão da criança, de modo que ela possa usar com sucesso.

Itens proporcionais: os materiais de uma atividade devem ser proporcionais às funções em termos de tamanho. Por exemplo, o balde deve ser pequeno suficiente para que a criança o manuseie e segure a quantidade de água necessária para a atividade ao mesmo tempo.

Materiais naturais: os materiais naturais oferecem mais oportunidades para experiências multissensoriais, são esteticamente mais agradáveis e melhores para o tato.

Facilmente limpos: os materiais devem ser limpos com regularidade e de uso higiênico. Materiais naturais são mais fáceis de limpar e carregam menos bactérias.

Segurança: enquanto os materiais precisam ser funcionais a prioridade tem que ser segurança. O uso de materiais não tóxicos é recomendado. Os objetos afiados devem ter pontas arredondadas e as pontas tem que ser lixadas ou cobertas.

Ordenado: ordem deve sempre ser em sequência lógica, seja pela forma que você apresenta o material ou arranja o material na prateleira. Antes de apresentar a atividade para a criança o material é organizado na ordem de uso. As atividades nas prateleiras devem ser ordenadas da mais simples para a mais complexa, da esquerda para a direita.

Cultural: atividades da vida prática devem refletir a cultura da criança aqui e agora. Escolha atividades que reflitam a cultura prevalente da criança. As atividades devem todas ser relacionadas a vida da criança. Por exemplo, se não há janelas no ambiente, não se deve ter atividade de “limpar as janelas”.

O papel do Adulto

Para muitas crianças é como viver na terra de gigantes. Como adultos, trabalhar e cuidar das crianças é nosso dever. Fornecer um local onde a criança pode participar ativamente, totalmente e alegremente na vida diária é importante. Algumas crianças chegam na escola com pouca prática nas atividades da vida real, enquanto outras tem muitas práticas. Nós devemos honrar as experiências de cada criança. Devemos ficar atentos para quando a criança não efetuar a atividade corretamente como nós, devemos respeitar e aceitar as habilidades das crianças.

No nível de 0 a 3 anos, começamos a desenvolver as atividades da vida prática, através de modelos e apresentações coletivas. Nos níveis de 3 a 6, nós refinamos essas habilidades, através de apresentações formais, trabalhando para aumentar a concentração, exatidão e precisão. Em ambos os níveis, os exercícios da vida prática ensinam sequência, desenvolvimento da concentração e ajuda no desenvolvimento da linguagem.
Os exercícios da vida prática preparam as crianças para os exercícios sensoriais de 3-6 e as atividades diárias de sua vida, produzindo e contribuindo para a formação de um membro independente em seu mundo.

Segundo Montessori, um adulto deve adquirir a sensibilidade de reconhecer todas as necessidades da criança, pois só assim ele poderá auxiliar a criança com tudo que é necessário. Se fôssemos estabelecer um princípio, seria o fato de que a participação da criança em nossas vidas é necessária. Estender à criança essa hospitalidade é difícil, mas, não tem custos, depende apenas da preparação emocional dos adultos.

Panos de limpeza devem ser coloridos, as escovas com cores vivas e os sabões com formas variadas e atrativas. Objetos atrativos convidam a criança a tocá-los e aprender a usá-los. Desta maneira, coisas bonitas vão atrair a criança e quase que instruí-la por si só. Agora não é mais o professor que diz a criança que ela deve se cuidar. Qualquer criança que é autossuficiente, que consegue amarrar seus sapatos, se vestir, se despir, reflete sua satisfação na realização das tarefas e no sentido de independência.

E assim, termina a série sobre Maria Montessori. Lembrem-se que aqui tratamos apenas de uma minúscula parcela da obra dessa maravilhosa e visionária educadora.

REFERÊNCIAS

Sociedade Montessoriana da América.
https://amshq.org/Montessori-Education/History-of-Montessori-Education/Biography-of-Maria-Montessori Acesso em janeiro de 2019.

Artigo “Development in the First Years of Life”, por Ross A. Thompson, Revista Caring for Infants and Toddlers, Volume 11. Nº 1 Primavera/Verão 2001

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