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2023-03-21 4 min leitura

Teoria do Apego

De acordo com os estudos de Bowlby (1969) e Ainsworth (1973), o apego é uma ligação emocional profunda e duradoura que conecta uma pessoa a outra através do tempo e do espaço. Esse apego não necessita ser recíproco, e uma pessoa pode ser apegada a outra pessoa que não corresponde. O apego é caracterizado por comportamentos específicos em crianças, tais como a busca de proximidade com a figura a quem ela é apegada quando está triste ou ameaçada. Em relação ao apego entre adultos e crianças, este inclui responder apropriadamente e com consideração às necessidades das crianças. Tais comportamentos parecem universais em todas as culturas, e a teoria do apego explica como essas relações surgem e como influenciam o desenvolvimento.

Em 1930, Bowlby trabalhou com crianças como psiquiatra em Londres, o que o levou a considerar a importância da relação das crianças com suas mães em termos do seu desenvolvimento social, emocional e cognitivo. Ele elaborou suas ideias a partir da observação das separações de bebês e suas mães e as dificuldades desses em se ajustar mais tarde.

Alguns anos depois, Robertson e Bowlby (1952) observaram crianças separadas de suas mães e perceberam grande estresse. Mesmo bebês alimentados por cuidadores e não pelas mães não tinham esse desconforto ou ansiedade diminuídos. Esses estudos eram contrários à teoria behaviorista de apego, que não dava ênfase na ligação mãe-bebê. De acordo com os behavioristas, o apego se dava única e exclusivamente pelo fato da mãe alimentar o filho.

Para Bowlby, o apego é um elo psicológico e duradouro que ocorre entre humanos. Ele propôs que o apego poderia ser entendido dentro de um contexto evolutivo, onde o cuidado oferece segurança e proteção para a criança. O apego é adaptável e aumenta a chance de sobrevivência da criança. Muitos teóricos acreditam que o apego é desenvolvido através de uma série de estágios sequenciais.

Os estágios são:

  1. Ansiedade com estranhos – resposta à chegada de um estranho.
  2. Ansiedade de separação – estresse causado pela separação do cuidador e o grau de conforto necessário para o retorno.
  3. Referência social – o grau com que a criança se espelha ou se apoia no cuidador para saber como deve responder a uma situação nova.

A sequência de desenvolvimento do apego é:

  1. A-social (0 a 6 semanas)
    Recém-nascidos são a-sociais no sentido de que vários estímulos, sociais ou não, produzem uma reação favorável, como um sorriso.

  2. Apegos indiscriminados (6 semanas a 7 meses)
    Os bebês apreciam companhia humana indiscriminadamente, e a maioria dos bebês responde igualmente a qualquer cuidador. Eles ficam tristes quando a interação cessa. A partir dos 3 meses, os bebês sorriem mais para as pessoas familiares a eles e podem ficar confortáveis mais rapidamente com um cuidador regular.

  3. Apego Específico (7 a 9 meses):
    Preferência específica por uma figura de apego. A criança olha para uma certa pessoa em busca de segurança, conforto e proteção. Ela demonstra medo de estranhos (ansiedade com estranhos) e infelicidade quando separada (ansiedade de separação) dessa pessoa em especial. Alguns bebês apresentam ansiedade com estranhos e ansiedade de separação com mais frequência e intensidade do que outros, mas mesmo assim, essas são evidências de que o bebê formou uma ligação ou apego.

  4. Apegos Múltiplos (10 meses para frente):
    O bebê se torna mais independente e forma vários elos. A partir dos 18 meses, a maioria dos bebês já formou múltiplos tipos de apego ou ligações. O resultado dos estudos indicou que as ligações ou apegos são mais prováveis de se formarem com aqueles que respondem com precisão aos sinais do bebê, não necessariamente com as pessoas com quem ele passa mais tempo. Crianças com elos muito fortes com suas mães tiveram mães que responderam rapidamente às suas demandas e interagiram com elas. Crianças com elos fracos com as mães tiveram mães que falharam na interação.

Muitos bebês tiveram várias ligações até completarem 10 meses, incluindo ligações com as mães, pais, avós, irmãos e vizinhos. A mãe era a figura principal de elo para cerca de 50% das crianças aos 18 meses e o pai para as outras. O fato mais importante na formação de ligações não é quem alimenta e troca as fraldas da criança, mas quem brinca e comunica com ela. Assim, a resposta ao estímulo parece ser a chave dos elos ou do apego.

Alguns psicólogos propuseram duas grandes teorias em relação à formação de elos ou apego. A teoria da aprendizagem/ou comportamental de apego de (Dollard e Miller, 1950) sugere que o apego é uma série de comportamentos aprendidos, e em cuja base está o fornecimento de alimento, fazendo com que a criança se ligue a quem quer que a alimente. A teoria evolutiva de apego (Bowlby, Harlow e Lorenz) sugere que a criança vem ao mundo com uma predisposição biológica de formar elos com os outros porque isso os ajudará a sobreviver. A criança produz comportamentos como chorar e sorrir, que estimulam respostas de cuidado por parte dos adultos. Tornando o elo, neste caso, não alimentar, mas de resposta ao estímulo de atenção. Essa teoria sugere que existe um período crítico de desenvolvimento de um elo (0 a 5 anos). Se uma relação de ligação não tiver se formado durante esse período, então a criança sofrerá consequências de desenvolvimento irreversíveis, como inteligência reduzida e aumento de agressividade.

Referências:
Ainsworth, M. D. S. (1973). O desenvolvimento do elo criança-mãe. Em B. Cardwell & H. Ricciuti (Eds.), Revisão da pesquisa em desenvolvimento infantil (Vol. 3, pp. 1-94) Chicago: University of Chicago Press.
Bowlby J. (1969). Attachment. Attachment and loss: Vol. 1. Loss. New York: Basic Books.
Bowlby, J., and Robertson, J. (1952). A two-year-old goes to hospital.Proceedings of the Royal Society of Medicine, 46, 425–427.
Dollard, J. & Miller, N.E. (1950). Personality and psychotherapy. New York: McGraw-Hill
Baseado livremente no artigo de McLeod, Saul. Teoria do Apego. Publicado em 05 de fevereiro de 2017 no site: https://www.simplypsychology.org/attachment.html

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